junho 17, 2008

Armazenar

De acordo com reclamações recebidas, o teor deste blog não tem atingido os mínimos olímpicos da javardice. Ansiamos que essa falta seja suprida com este textículo. Após o visionamento de um fabuloso documentário sobre o sistema digestivo das aves, ocorreu-me uma epifania. Se as avezinhas, tão mal situadas na cadeia evolutiva, são dotadas de uma dilatação no esófago (vulgo "papo") para armazenar temporariamente alimento antes de um estômago muscular (conhecido por "moela" - cá está uma alusão às miudezas) o digerir posteriormente, porque é que o ser humano, em especial a mulher, perdeu essa estrutura? De momento, sobressaem-me milhentas utilidades para esse órgão. Uma dessas seria facilitar a regurgitação de alimento para a alimentação da prole (e Deus sabe quantas vezes tivemos que consumir refeições que tanto se assemelham a vómito de pássaro). Paralelamente, esse órgão permitiria um estádio intermédio entre o "cuspir" e o "engolir", possibilitando uma espécie de refeição diferida ou um late-night snack à base de langonha, para as mulheres interessadas. Com as inovações da Ciência, talvez se tornasse possível implantar uma espécie de sistema de refrigeração, de forma à batida de coco se servir sempre bem geladinha. Utilidade igualmente relevante seria a possibilidade de reaproveitamento, pois num período de valorização da reutilização, o "Rien ne se perd, rien ne se crée, tout se transforme" de Lavoisier toma proporções completamente distintas. Caro Charles Darwin, evolução o caralho!

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