La Maison en Petites Cubes from dorsumi on Vimeo.
agosto 12, 2009
julho 06, 2009
Chagas de salitre
Olha-me este país a esboroar-se
em chagas de salitre
e os muros, negros, dos fortes
roídos pelo vegetar
da urina e do suor
da carne virgem mandada
cavar glórias e grandeza
do outro lado do mar.
Olha-me a história de um país perdido:
marés vazantes de gente amordaçada,
a ingénua tolerância aproveitada
em carne. Pergunta ao mar,
que é manso e afaga ainda
a mesma velha costa erosinada.
Olha-me as brutas construções quadradas:
embarcadouros, depósitos de gente.
Olha-me os rios renovados de cadáveres,
os rios turvos do espesso deslizar
dos braços e das mães do meu país.
Olha-me as igrejas restauradas
sobre ruínas de propalada fé:
paredes brancas de um urgente brio
escondendo ferros de educar gentio.
Olha-me a noite herdada, nestes olhos
de um povo condenado a amassar-te o pão.
Olha-me amor, atenta podes ver
uma história de pedra a construir-se
sobre uma história morta a esboroar-se
em chagas de salitre.
Ruy Duarte de Carvalho, A Decisão da Idade (Lisboa, Sá da Costa, 1976)
julho 05, 2009
junho 27, 2009
junho 25, 2009
junho 24, 2009
Depois queixam-se da xenofobia
A teologia é tão sólida como a gramática...coitado do Padre António Vieira.
"Iod. O adversário lançou a mão sobre todos os seus tesouros. E ela viu os pagãos penetrarem em seu santuário, aqueles dos quais dissestes que não entrariam em vossa assembleia." Livro das Lamentações, 1:10.
junho 20, 2009
junho 19, 2009
O maior dos diplomatas portugueses actuais
junho 17, 2009
junho 16, 2009
junho 14, 2009
junho 09, 2009
junho 08, 2009
junho 07, 2009
junho 06, 2009
Hino de Duran
(Mãos de Edmundo Pedro, fotografadas por José Goulão)
Se tu falas muitas palavras sutis
E gosta de senhas sussurros ardís
A lei tem ouvidos pra te delatar
Nas pedras do seu próprio lar
Se trazes no rosto a contravenção
Muambas, baganas e nem um tostão
A lei te vigia, bandido infeliz
Com seus olhos de raios X
Se vives nas sombras frequentas porões
Se tramas assaltos ou revoluções
A lei te procura amanhã de manhã
Com seu faro de doberman
Se pensas que burlas as normas penais
Insuflas agitas e gritas demais
A lei logo vai de abraçar infrator
com seus braços de estivador
(Chico Buarque, Ópera do Malandro, Rio de Janeiro: 1978).