agosto 31, 2008
Lendas e Narrativas
agosto 30, 2008
agosto 28, 2008
O Poeta em Lisboa
Quatro horas da tarde.
O poeta sai de casa com uma aranha nos cabelos.
Tem febre. Arde.
E a falta de cigarros faz-lhe os olhos mais belos.
Segue por esta, por aquela rua
sem pressa de chegar seja onde for.
Pára. Continua.
E olha a multidão, suavemente, com horror.
Entra no café.
Abre um livro fantástico, impossível.
Mas não lê.
Trabalha - numa música secreta, inaudível.
Pede um cigarro. Fuma.
Labaredas loucas saem-lhe da garganta.
Da bruma
espreita-o uma mulher nua, branca, branca.
Fuma mais. Outra vez.
E atira um braço decepado para a mesa.
Não pensa no fim do mês.
A noite é a sua única certeza.
Sai de novo para o mundo.
Fechada à chave a humanidade janta.
Livre, vagabundo
dói-lhe um sorriso nos lábios. Canta.
Sonâmbulo, magnífico
segue de esquina em esquina com um fantasma ao lado.
Um luar terrífico
vela o seu passo transtornado.
Seis da madrugada.
A luz do dia tenta apunhalá-lo de surpresa.
Defende-se à dentada
da vida proletária, aristocrática, burguesa.
Febre alta, violenta
e dois olhos terríveis, extraordinários, belos,
Fiel, atenta
a aranha leva-o para a cama arrastado pelos cabelos.
agosto 27, 2008
Cause and Effect
just to get away,
and those left behind
can never quite understand
why anybody
would ever want to
get away
from
them
(Charles Bukowski, Septuagenarian Stew, Black Sparrow Press, Santa Rosa, 1990)
Cesare Pavese (9 de Setembro de 1908-27 de Agosto de 1950)
"I suicidi sono omicidi timidi. Masochismo invece che sadismo." (Il mestiere di vivere, Einaudi, Torino 1952, p. 405)
agosto 26, 2008
Cave insonorizada
agosto 25, 2008
I won't dance, don't ask me
(extraído do programa do PCP)
Com uma vanguarda destas, a "classe operária" e "todos os trabalhadores" estão bem fodidos.
agosto 24, 2008
agosto 23, 2008
Princípio de Realidade
agosto 22, 2008
A revolução contínua (Mao)
"Para terminar: nessa indescritível apoteose feita ao Exército e à Marinha em Braga, ao comemorar-se o décimo aniversário deste movimento, milhares de pobres homens pobremente vestidos levantavam ao alto, para que fossem bem vistos de todos, cartazes com esta inscrição: a Revolução continua. E eu pergunto se, enquanto houver uma nuvem de perigo externo, um germe de desagregação interior, um português sem trabalho ou sem pão, a Revolução não há-de continuar!"
António de Oliveira Salazar, Discurso proferido em Lisboa nas comemorações do ano X da Revolução Nacional, 28 de Maio de 1936. Publicado em Discursos e notas políticas, vol. II, Coimbra Editora, Lda., 1937
Pessoalmente, entre todos os Salazares, prefiro este:
agosto 21, 2008
Hamburgers e Propriedade Intelectual
agosto 20, 2008
agosto 19, 2008
Saloios
agosto 18, 2008
agosto 17, 2008
Observação muito sábia
agosto 16, 2008
agosto 15, 2008
In a cafe
agosto 14, 2008
Lost in Translation
agosto 13, 2008
agosto 12, 2008
A loira
agosto 11, 2008
"-Vou às Mulheres!"
agosto 10, 2008
agosto 09, 2008
Diário de um lojista em Monção
agosto 01, 2008
Une négresse
Stéphane Mallarmé (Les poésies de Stéphane Mallarmé, Paris: Éditions de la Revue Indépendante, 1887)