setembro 18, 2008

Na rua


Ninguém por certo adivinha
como essa Desconhecida,
entre estes braços prendida,
jurava ser toda minha…

Minha sempre! – e em voz baixinha:
- «Tua ainda além da vida!...»
Hoje fita-me, esquecida
do grande amor que me tinha.

Juramos ser imortal
esse amor estranho e louco…
E o grande amor, afinal,

(Com que desprezo me lembro!)
foi morrendo pouco a pouco,
como uma tarde em setembro…

Manuel Laranjeira, Commigo: versos d'um solitárioPorto : Typ. Fonseca & Filho, 1912.

2 comentários:

Anónimo disse...

Atrevo-me finalmente a escrever um comentário no vosso blog apenas para vos dizer que graças aos vossos posts, tenho vindo aos poucos a descobrir os encantos da poesia. Digamos que a passagem pelo ensino secundário em humanidades colocou uma barreira à poesia que so agora começa a diminuir. Gosto imenso das vossas escolhas.
Parabéns pelo blog, tenho-me divertido imenso a ler os vossos posts.

Rosa Y Casaco disse...

Os autores agradecem a gentileza. Estes esforçam-se (mais do que deviam) por publicar textos que não se encontram integrados nos traumatizantes programas de português.