maio 31, 2008

Palmas e Bacalhau

A recente estreia de um filme centrado na apresentação de modos de excitação sexual palmar promovidos numa cidade inglesa relembrou-me uma das mais intrigantes receitas da culinária portuguesa. Este texto não revela nenhum tipo de obsessão cultivada pelo autor em torno do universo da gastronomia, mas uma prossecução dos conselhos publicados por Mestre Camilo em Coração, Cabeça e Estômago (Lisboa, Parceria de António Maria Pereira, 1862). A receita que nos irá ocupar denomina-se "Pívias de Bacalhau":

Ingredientes: 

2 postas de lombo de bacalhau 
1 cebola média
azeite
vinagre
agrião 
azeitonas 

Preparação: Desfiar duas postas do lombo do bacalhau devidamente demolhadas, lavar bem com água fria e estender numa travessa. Cortar em palitos uma cebola média. Misturar e regar com azeite e umas pingas de vinagre. Servir frio acompanhado de salada de agrião, broa e azeitonas.

(retirada de www.saborosas.com)


Primeira questão: em qual dos passos se encontram semelhanças com algum acto de teor masturbatório? Ou será esse o segredo de revelação interdita? Atenhamo-nos com algumas meditações. Primeira, como é que se processará a masturbação num peixe? Se Deus Nosso Senhor, na sua infinita graça e bondade, quisesse que os bacalhaus se masturbassem, não lhes teria dado barbatanas. Aliás, duvido sinceramente que qualquer peixe consiga friccionar o gonopódio de modo a prolongar a satisfação até ao êxtase. Segundo ponto: recorrendo a uma perspectiva ontológica, um besugo terá a capacidade de "escamar o besugo"? Terceira questão: Quem e como se publicita a existência desse petisco em qualquer espaço gastronómico? Será que o papelinho "Há pívias" suscitará a atenção de outro tipo de clientela (ou target, em marketinguês), posteriomente desiludida com o desenrolar da sua fantasia e a frustração das expectativas? Mais grave, quem, no seu perfeito juízo profere a alto e bom som, num local público: "A minha especialidade são as pívias"? Presumo que dois perfis se enquadrem nessa resposta: mulheres ingénuas ou prostitutas experientes. Como as primeiras não existem...

Early Morning Tampaxes

Pacheco Pereira, rói-te de inveja.


"things of course about which one would never write
a poem
force their way into the new territory of poetic
themes
such as changing tampon and pad to pee in toilets
of townships where one sometimes comes
on the floor water and effluent almost ankle deep
I wade on adidas soles like a cat
no moveable equipment available
like toilet seats bins hooks locks doors
my jacket hangs around my neck in blanket folds
handbag clutched between teeth
tampon swollen red mouse, stained pad
wrapped in bank counterfoils
I piss shuddering rigid half-squatting
between my legs
into a toilet bowl heaped halfway up
with at least four different colours of shit
every nerve ending erect with revulsion, poised to
go mad
if just one drop should splash against me."

Antjie Krog (Four Poems)

Bom dia!

maio 30, 2008

Pipis, miudezas e outras javardices

Nesta secção apresento uma reflexão sobre o teor deste blog, em particular em relação ao seu título. A expressão "pipis" encerra em si mesma uma multitude de significados. Em primeira instância, define um petisco confeccionado a partir de algumas vísceras de certos animais (ou "miudezas"). Por favor, reparem na tentativa de auto-referencialidade deste blog, almejando um sistema comunicativo fechado, mediante a teoria postulada por Niklas Luhmann. Concomitantemente, identifica uma forma infantilóide de designar a vulva (ou, de acordo com a terminologia hoteleira, "área de lazer"). Por último, etiqueta um indivíduo de elevado gabarito elegantemente vestido. Nos autores deste espaço sobrepõem-se as três definições. Estes apreciam largamente as vitualhas designadas por pipis (na forma de petisco ou de órgão sexual feminino) e enquadram-se no perfil do elegante pipi. A atestar este último e evidente facto pode ser destacada a segunda posição ex-aequo no Concurso O espécime masculino mais atraente da localidade na qual residem (cuja população excede, em grande escala, o universo demográfico de Nova Iorque, São Paulo e Pequim somados). Será igualmente relevante frisar que o primeiro classificado nesse certame foi um bicho-de-conta arraçado de Rotweiller que, literalmente, se enrolou na taça aquando da sua recepção. O Otto, anteriormente mencionado bicho-de-conta, tomou o galardão de forma tão visceral que olvidou a perna que teria que alçar para urinar. Tendo em conta a morfologia do bicharoco, muitos embaraços se esperam. Passando às miudezas, a expressão contém elementos altamente dúbios. Por um lado, classifica uma plétora de vísceras animais utilizadas para consumo humano. Por outro, e em especial na região do Porto, é utilizada para classificar uma infindável série de objectos reconhecidos pela sua diminuta extensão. Os autores revelam a sua simpatia por ambas as definições, reforçadas pelo apreço a coisas de diminuta extensão (tais como berlindes, caricas, isqueiros ou o sentido democrático de Cavaco Silva). No que concerne à expressão "outras javardices", entendo que se explica a si própria. Lanço um repto aos nossos atentos leitores das periferias (Tibaldinho, Vidigueira ou Lisboa) para que apresentem um significado alternativo a essa locução. Talvez em algumas regiões remotas do globo "outras javardices" signifiquem "boa tarde" ou "por favor, não urine no empregado".


maio 29, 2008

My Kind of Girl

Dean Martin, Ladies and Gentlemen.

Outra gravação histórica:

Sinatra-Basie: An Historical Musical First (Reprise, 1962)

She walks like an angel walks,
She talks like an angel talks,
And her hair has a kind of curl,
To my mind, she’s my kind of girl.
She’s wise like an angel’s wise,
With eyes like an angel’s eyes,
And a smile like a kind of pearl,
To my mind, she’s my kind of girl.
A pretty little face,
That face just knocks me off my feet,
A pretty little feet,
She’s really sweet enough to eat.
She looks like an angel looks,
She cooks like an angel cooks,
And my mind in a kind of whirl,
To my mind, she’s my kind of girl.
Hmmm, pretty little face,
That face just knocks me off my feet,
Pretty little feet,
She’s really sweet enough to eat.
She looks like an angel looks,
And she cooks like an angel cooks,
And my mind in a kind of whirl,
To my mind, she’s my kind of girl.
Yes, my poor heart’s in a whirl,
She’s just my kind, she’s a girl.
And I’m glad.


Ilustração:

Misturas

Recorrendo à definição proposta pelo Wikipedia:


"Uma mistura é constituída por duas ou mais substâncias puras, sejam elas simples ou compostas. As proporções entre os constituintes de uma mistura podem ser alterados por processos químicos, como a destilação. Todas as substâncias que compartilham de um mesmo espaço, portanto, constituem uma mistura. Não se pode, entretanto, confundir misturar com dissolver. Água e óleo, por exemplo, misturam-se mas não se dissolvem."

 

Partamos dessa coordenada: duas ou mais substâncias puras que se misturam mas não se dissolvem. Será possível encontrar substâncias puras? Miscíveis mas não dissolventes? Misturando o Valentim Loureiro com o José Mattoso (duas substâncias puras, a primeira de boçalidade e a segunda de erudição) qual seria a amálgama a obter? Conjecturo uma série de cenários prováveis na interacção social desse indivíduo (qual Frankenstein, or The Modern Prometheus). Por exemplo, uma comunicação integrada no programa de um colóquio universitário internacional: "- A sociedade estratificada do Portugal medievo apresenta traços semelhantes...aos cabrões filhos da puta que querem touros de cobrição para o Boavista!". Imergindo-nos nesses universos de ocorrência em maior profundidade, o caso pode prestar-se a embaraços terríveis. Por exemplo, durante uma partida de futebol entre o Boavista e o Belenenses: "- O árbitro é um gatuno, é pior que...o D. Pedro II, que roubou o trono e a mulher ao irmão!" Este acumular de situações apresenta-se-me como verdadeiramente indigno de uma personalidade resultante da mistura de substâncias puras. Pior, imaginem essa criatura no seu escritório, malevolamente etiquetado de "bar de alterne" por alguns elementos suspeitos (como agentes da autoridade, dirigentes desportivos ou fiscais municipais). "- Chafurdava nos teus biberões como...Como rebola as nádegas amarelas!/Cem olhos brasileiros estão seguindo/o balanço doce e mole de suas têtas...." (Carlos Drummond de Andrade, Cabaré Mineiro). Após estes instantâneos Dr. Strangelove, coloca-se uma nova questão: como separar os constituintes da mistura? As técnicas laboratoriais sugerem-nos variados processos: decantação, filtragem, centrifugação, cristalização, destilação e quejandas e incompreensíveis expressões terminadas em -ão ou -fia. Contudo, existirão procedimentos que permitam abiscoitar o apartamento total entre erudição e boçalidade? O presente texto apresenta-se enquanto momento auto-reflexivo no que toca à essência deste espaço. A exequibilidade da conjugação desses elementos enquanto realidade dialéctica configurar-se-á fulcral nesta construção narrativa. Termino com um pequeno apontamento desse pendor, da autoria de Elmano Sadino (mais conhecido por Bocage):


Que fio de ouro, que cabelo ondado,

piolhos não criou, lêndeas não teve?

Que raio de olhos blasonar se atreve,

que não foi de remelas mal tratado? 

Que boca se acha ou que nariz prezado 

aonde monco ou escarro nunca esteve? 

E de que cristal ou branca neve 

não se viu seu besbelho visitado?  

Que papo de mais bela galhardia 

que um dedo está do cu só dividido, 

não mijou e regra tem todos os meses?  

Pois se amor é tudo merda e porcaria, 

e por este monturo andais perdido, 

cago no amor e em vós trezentas vezes.



maio 28, 2008

Tomates

Veritavelmente, a expressão que se me aflorou na mente foi sábia e popular, em que os testículos humanos são equivalentes a frutos e representam coragem e dinamismo. Esta expressão (ter tomates) sempre me intrigou. Quem poderá afirmar que os antigos castrati não seriam pessoas de coragem? É preciso “ter tomates” (figurativos, claro está) quando se canta para um público ansioso e se tem a voz do patrão da baliza da selecção nacional de futebol, Ricardo ou do Nuno Guerreiro. Mais coragem será preciso ter quando se é o Nuno Guerreiro. E mesmo assim se canta em público. Ou sai à rua.


Como a Prostituição pode salvar a sua empresa

Demonstrando a multidisciplinaridade a que este blog desde o seu início se propôs e apoiando-se na sua vontade de servir o público, deparámo-nos com uma série de questões pertinentes de ser abordadas. A Economia nacional, estagnada desde que Portugal devolveu as suas colónias aos primitivos donos, precisa de nós. Mas nós não estamos para aí virados, até porque neste momento tenho o Suecas sem Cuecas 4 para visionar e posteriormente elaborar a minha recensão crítica. Aliás, como é do conhecimento geral, só no cinema porno-gráfico é que as sequelas conseguem, de uma maneira geral, superar a ideia original. Mas basta de elucubrações.
Por motivos que não interessam ao texto, ocorre que há uma falta de originalidade e coragem na economia portuguesa. É preciso ter abertura de espírito e absorver (higienicamente) todo o tipo de influências que o mundo à nossa volta nos dá.
Ocorreu também ao autor que a Economia tem muito a aprender com a Prostituição. Não será de todo descabido perguntar como e em que estado o autor se encontrava quando chegou a esta conclusão. Não será descabido não responder. Mas desse animado serão, dissertou-se sobre uma série de tópicos que ajudarão, com certeza, não só os administradores de negócios (lícitos, como a produção do tremoço, o transporte de gado e a indústria da bolacha) como os ilícitos (refinarias, empresas petroleiras, câmaras municipais, etc..). Deixo-vos então, caros CEO’s e agricultores de Fetais dos Carneiros, com algumas dicas em como a Prostituição pode transmitir valorosos conhecimentos à Economia.

  • - ATRAIA A ATENÇÃO DO SEU MERCADO-ALVO – Fará o necessário para se individualizar das outras ofertas que solicitarão o cliente. Uma saia-cinto e saltos altos apresentam-se como algumas das técnicas de marketing utilizadas pelas profissionais do sexo.

    - PROMOVA OS PRODUTOS NOS LOCAIS O SEU PÚBLICO-ALVO ESTÁ EFECTIVAMENTE – Seja nas esquinas ou sítios e publicações da especialidade, terá que impor e marcar a sua presença ostensivamente aos seus potenciais clientes. As profissionais não atraem clientes na missa. Algumas amadoras sim.

    - UPSELLTécnica de vendas sublimemente utilizado pelas fornicadoras profissionais. Após conquistar a atenção de um potencial cliente, exponha-o a opções que eles ainda não teriam considerado, alargando os seus horizontes. Transforme uma rapidinha à beira da estrada numa aventurosa viagem ao mundo.

    - TENHA UM NOME-MARCA DE PRODUTO ATRACTIVO – Uma prostituta de luxo chamada “Xenia Onatopp”, “Pussy Galore” ou “Anya Amasova” (note-se que o autor não condena o uso de o uso de epítetos “Bond-girlianos”, apesar de várias escolas de marketing prostibular o incentivarem) funciona de forma bem superior a “Ernestina” (mesmo que diminído ao sopeirísimo “Tininha”), ou Manuela Ferreira Leite. Invista na originalidade.

    - OFEREÇA UM PRODUTO OU SERVIÇO QUE AS PESSOAS REALMENTE QUEIRAM - Auto-evidencia-se.

    - FACILITE AS TRANSACÇÕES - Reduza formulários e burocracia. Utilize procedimentos inscritos no Manual Internacional do Toca e Foge.

    - PROMETA QUALIDADE E BOM SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE – A promessa induzirá a venda esporádica, mas um bom serviço de atendimento ao cliente fará com eles (se) venham outra vez.

    - SE QUISER COBRAR MAIS, OFEREÇA ALGO QUE O CLIENTE ACREDITE QUE NÃO CONSEGUE OBTER EM MAIS NENHUM SÍTIO – Tal como a fruta, o raro e exótico vende sempre pelo preço mais caro.

    - SATISFAÇÃO DO CLIENTE - Toda a gente gosta de terminar uma transacção comercial satisfeita. Dê-lhes um final feliz.

    Muito Importante: Contudo, há uma coisa que se deve evitar a todo o custo em vendas e marketing. Nunca fornique o cliente.


Baba de Camelo

Caros leitores,

Este espaço pretende afirmar-se enquanto pessoa colectiva de utilidade pública (de acordo com o n.º 1 do art.º 1º do Decreto-Lei 460/77, de 7 de Novembro, alterado pelo Decreto-Lei 391/2007, de 13 de Dezembro). Na esteira desse estatuto, vimos por este meio divulgar o património gastronómico através da publicação de diversas receitas. Esperemos que sejam do vosso agrado. 

Baba de camelo

 Ingredientes:

  • 1 lata de leite condensado
  • 6 ovos
Confecção:

Coze-se a lata de leite condensado na panela de pressão durante ± uma hora. Depois do leite condensado estar frio, bate-se com as gemas dos ovos. Depois de bem batido, envolve-se com a colher de pau as claras dos ovos, que deverão ter sido batidas previamente em castelo. Por cima como cobertura, pode-se pôr amêndoa ralada ou bolacha ralada. Leva-se ao frigorífico, e depois de bem frio, está pronto a servir.

(Retirada de http://www.docesecompanhia.com)


 

Receita alternativa

Ingredientes:

  • 4 marmanjos
  • 1 matulona

Confecção:

Prepare os quatro marmanjos fixando um vaso para recolha de resina no maxilar inferior dos mesmos. Aproxime-os de um local próximo da matulona, de forma a estabelecer contacto ocular de proximidade. Aguarde que os marmanjos fixem o olhar no decote desta durante cerca de 5 minutos. Após esse esforço preliminar, dirija a atenção do quarteto para as ancas e pernas da matulona durante 15 minutos. Para melhor eficácia, esta deve ser previamente untada com óleo de bebé e embrulhada num vestido curto e vaporoso, o qual destacará os seios volumosos do espécime em questão. A realização de gestos lúbricos por parte da supra-referida matulona tem demonstrado grandes vantagens na futura recolha da baba de camelo. Cuidados a ter: não aproximar demasiado os marmanjos à matulona, de forma a anular a possível tentação destes em tentar resolver o assunto por mão própria e num local fechado, dificultando o acesso e posterior recolha da saliva. Por outro lado, deve ser evitado qualquer tipo de punheta no qual o marmanjo trinque o lábio inferior com felicidade solipsista, pois o objectivo é confeccionar uma baba de camelo e não um cheesecake de framboesa. Enjoy!
 

Early Afternoon Tampaxes

- 3 Tampaxes walking down the street......maxi, mini and ultra. Which one says hello?
- None of them, they're all stuck up!!
 

maio 27, 2008

Novo modelo Bang & Olufsen


Mozart em África? Sim, a edição da Complete Mozart Edition pela Phillips já chegou ao Kenya. Compre já, na quitanda mais próxima de si. Pode reservar através do ancião da sua tribo ou do missionário de serviço. Em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, contacte o seu curandeiro.


Sugestão de Leitura

Para os leitores que se interrogam sobre o que é que os autores deste espaço lêem, cá vai um pensamento higiénico. Tendo em conta a reduzida taxa de iliteracia deste país (parece suficiente perscrutar os tops das livrarias para confirmar essa asserção), venho recomendar um livro que ainda não consegui acabar de ler, mas que me parece um grande romance. Magnificamente escrito, combina as tensões entre as diversas personagens recorrendo a técnicas aditivas e a modelos estéticos e gráficos suficientemente interessantes para ser mencionados. Trata-se, claro está, da Cartilha Maternal, da autoria de João de Deus e publicada em 1878. Crime, sexo, suspense, enfim tudo o que o José Rodrigues dos Santos gostaria de incluir nos seus pacotes de papel com capa (vulgo "livros") condensados em várias dúzias de sílabas. Se repararem na capa, encontra-se referida a Livraria Bertrand. Por favor, não confundir com a editora que publicou recentemente a "autobiografia" de Tony Carreira. Qualquer semelhança será pura coincidência. Deixo aqui um excerto dessa narrativa apaixonante que irá suspender o leitor mais incauto num êxtase deleitado:

"Ai ui eu ia" (Deus, 1878:3)

Para os leitores mais exigentes, cá vai o endereço:


PS: Não nos responsabilizamos pelos danos causados.


maio 26, 2008

Declaração de Intenções

O presente espaço afirma-se enquanto um lugar não informativo, mas deformativo (no sentido atribuído por Pierre Bourdieu). Pretende abordar questões que abarcam desde a fenomenologia de Husserl até às mamas da Carla Matadinho sem cruzar qualquer ponto intermédio. Num oscilar entre a erudição e a boçalidade, os autores comprometem-se a ser fiéis a si próprios e ao público-alvo. O perfil requerido ao leitor configura-se igualmente relevante neste fórum de discussão. Encontram-se excluídos à partida iletrados e fanáticos, visto serem dos grupos mais representados em todos os campos da sociedade. Quanto aos padrões éticos e morais, os autores afirmam que não dispõem de qualquer espécie de limitação ou condicionamento. Em caso de ofensas pessoais (que se esperam frequentes), existe sempre a possibilidade de processar os autores. Tendo em conta a celeridade da Justiça em Portugal, provavelmente ir-nos-ão encontrar a chapinhar no próprio mijo num lar de Ranholas aquando da resolução do processo. Quanto ao título parecer um trocadilho relacionado com a higiene íntima feminina, foi uma questão de inclinação e comodidade. Contudo, por muito que os autores se interessem por esse aspecto anatómico do corpo feminino (dos pipis às miudezas), afirmam, sob declaração de honra, que nunca lamberam tampões usados. Despedimo-nos com amizade e esperamos encontrar-vos a todos empanados nas autoestradas da informação, envergando um colete retroreflector de estética duvidosa.
Os Autores
Augusto Bruto
Rosa y Casaco