dezembro 26, 2008
dezembro 25, 2008
dezembro 13, 2008
dezembro 10, 2008
dezembro 07, 2008
novembro 30, 2008
novembro 28, 2008
Pêsames às putas de Lisboa na ausência do seu Meireles
sofreis sobre mil males, mil mazelas
cegas, fanhosas, coxas e aleijadas.
Agora, mais que nunca desgraçadas,
vos podeis chamar já todas aquelas
que nas portas da rua ou das janelas,
fostes do Grão Meireles requestadas.
Inconsolável é o vosso pranto
pois vos chega a roubar o fado esquivo
um fiel chichisbéu que vos quis tanto.
Nem vossa dor admite lenitivo
porque todas ficais postas de canto
órfãs daquele pai tão putativo.
novembro 25, 2008
novembro 22, 2008
Something told the wild geese
It was time to go.
Though the fields lay golden
Something whispered - "Snow."
Leaves were green and stirring,
Berries, luster-glossed,
But beneath warm feathers
Something cautioned - "Frost."
All the sagging orchards
Steamed with amber spice,
But each wild breast stiffened
At remembered ice.
Something told the wild geese
It was time to fly -
Summer sun was on their wings,
Winter in their cry.
novembro 19, 2008
novembro 16, 2008
novembro 15, 2008
Poema 19
Pablo Neruda, Veinte poemas de amor y una canción desesperada, Nascimento, Santiago de Chile, 1924
novembro 13, 2008
Hip-hop Battle
Porque é que a pretalhada residente em Portugal não se dedica antes ao sapateado?
novembro 11, 2008
novembro 09, 2008
novembro 08, 2008
novembro 07, 2008
Cavalo à solta
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.
novembro 06, 2008
novembro 05, 2008
Still I rise
With your bitter, twisted lies,
You may trod me in the very dirt
But still, like dust, I'll rise.
Does my sassiness upset you?
Why are you beset with gloom?
'Cause I walk like I've got oil wells
Pumping in my living room.
Just like moons and like suns,
With the certainty of tides,
Just like hopes springing high,
Still I'll rise.
Did you want to see me broken?
Bowed head and lowered eyes?
Shoulders falling down like teardrops.
Weakened by my soulful cries.
Does my haughtiness offend you?
Don't you take it awful hard
'Cause I laugh like I've got gold mines
Diggin' in my own back yard.
You may shoot me with your words,
You may cut me with your eyes,
You may kill me with your hatefulness,
But still, like air, I'll rise.
Does my sexiness upset you?
Does it come as a surprise
That I dance like I've got diamonds
At the meeting of my thighs?
Out of the huts of history's shame
I rise
Up from a past that's rooted in pain
I rise
I'm a black ocean, leaping and wide,
Welling and swelling I bear in the tide.
Leaving behind nights of terror and fear
I rise
Into a daybreak that's wondrously clear
I rise
Bringing the gifts that my ancestors gave,
I am the dream and the hope of the slave.
I rise
I rise
I rise.
novembro 02, 2008
novembro 01, 2008
Cântico dos Cânticos, Capítulo 7
outubro 28, 2008
outubro 27, 2008
Pequeño vals vienés
En Viena hay diez muchachas,
un hombro donde solloza la muerte
y un bosque de palomas disecadas.
Hay un fragmento de la mañana
en el museo de la escarcha.
Hay un salón con mil ventanas.
¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals con la boca cerrada.
Este vals, este vals, este vals, este vals,
de sí, de muerte y de coñac
que moja su cola en el mar.
Te quiero, te quiero, te quiero,
con la butaca y el libro muerto,
por el melancólico pasillo,
en el oscuro desván del lirio,
en nuestra cama de la luna
y en la danza que sueña la tortuga.
¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals de quebrada cintura.
En Viena hay cuatro espejos
donde juegan tu boca y los ecos.
Hay una muerte para piano
que pinta de azul a los muchachos.
Hay mendigos por los tejados,
hay frescas guirnaldas de llanto.
¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals que se muere en mis brazos.
Porque te quiero, te quiero, amor mío,
en el desván donde juegan los niños,
soñando viejas luces de Hungría
por los rumores de la tarde tibia,
viendo ovejas y lirios de nieve
por el silencio oscuro de tu frente.
¡Ay, ay, ay, ay!
Toma este vals, este vals del "Te quiero siempre".
En Viena bailaré contigo
con un disfraz que tenga
cabeza de río.
¡Mira qué orillas tengo de jacintos!
Dejaré mi boca entre tus piernas,
mi alma en fotografías y azucenas,
y en las ondas oscuras de tu andar
quiero, amor mío, amor mío, dejar,
violín y sepulcro, las cintas del vals.
outubro 26, 2008
outubro 24, 2008
"-Chrissy, he's fucked up!"
Antes violência gratuita que ter que pagar por ela...
outubro 23, 2008
"-Era uma hipotermia, ó fachavor"
outubro 21, 2008
Dedicado a Nélson Camacho
Faço minhas as palavras de Augusto Bruto.
outubro 19, 2008
Dirty Love
Give me
Your dirty love
Like you might surrender
To some dragon in your dreams
Give me
Your dirty love
Like a pink donation
To the dragon in your dreams
I don't need your sweet devotion
An' I don't want your cheap emotion
Whip me up some dragon lotion
For your dirty love
Your dirty love
Give me
Your dirty love
Like some tacky little pamphlet
In your daddy's bottom drawer
Give me
Your dirty love
I don't believe you never seen
His book before
I don't need no consolation
I don't want your reservation
I only got one destination
An' that's your dirty love
Your dirty love
Give me
Your dirty love
Just like your mama
Make her fuzzy poodle do
(Oh, Frenchie . . . )
Give me
Your dirty love
The way your mama
Make that nasty poodle chew
I'll ignore your cheap aroma
And your little-bo-peep diploma
I'll just put you in a coma
With some dirty love
Some dirty love
That dirty love
That dirty love
THE POODLE BITES!
(Come on, Frenchie)
THE POODLE CHEWS IT!
(Snap it!)
THE POODLE BITES!
(Come on, Frenchie)
THE POODLE CHEWS IT!
(Snap it!) THE POODLE BITES!
(Come on, Frenchie)
THE POODLE CHEWS IT!(Snap it!)
THE POODLE BITES!
(Come on, Frenchie) THE POODLE CHEWS IT!
(Not a speck of cereal!)
THE POODLE BITES!
(Come on, Frenchie)
THE POODLE CHEWS IT!
(Nothing but the best for my dog!)
THE POODLE BITES!
(Come on, Frenchie)
THE POODLE CHEWS IT!
(Come on!) THE POODLE BITES!
(Come on, Frenchie)
THE POODLE CHEWS IT!
(Little paws sticking up!)
THE POODLE BITES!
(Little curly head!)
THE POODLE CHEWS IT!
(Little curly tail!)
outubro 17, 2008
Curso intensivo de alemão
Como é que este homem fez uma coisinha como a Natassja é que ainda estou para saber...
outubro 16, 2008
Da margem esquerda da vida
Da margem esquerda da vida
Parte uma ponte que vai
Só até meio, perdida
Num halo vago, que atrai.
É pouco tudo o que eu vejo,
Mas basta, por ser metade,
Pra que eu me afogue em desejo
Aquém do mar da vontade.
Da outra margem, direita,
A ponte parte também.
Quem sabe se alguém ma espreita?
Não a atravessa ninguém.
Reinaldo Ferreira, Poemas, Lourenço Marques: Imprensa Nacional de Moçambique, 1960
outubro 15, 2008
outubro 14, 2008
Epigrama
Como os dentes da criança:
Quando nascem custam dores,
Que é por certo uma matança.
Porém fortes e robustos,
Quando chegam a crescer,
Servem como os dentes serve
outubro 13, 2008
outubro 06, 2008
outubro 05, 2008
5 de Outubro
outubro 04, 2008
So long, Dennis
Dinis Machado (1930-2008) in Carlos do Carmo, Margens, EMI-Valentim de Carvalho, 1996
poema
cantam todo o inverno
como se o frio fosse
o maior aconchego
nos parques arrancados
ao trânsito automóvel
nas ruas de neve negra
sob um céu sempre duro
os pássaros de Londres
falam do esplendor
com que se ergue o estio
e a lua se derrama
por praças tão sem cor
que parecem de pano
em jardins germinando
sob mantos de gêlo
como se de gêlo fora
o linho mais bordado
ou em casas como aquela
onde Rimbaud comeu
e dormiu e estendeu
a vida desesperada
estreita faixa amarela
espécie de paralela
entre o tudo e o nada
os pássaros de Londres
quando termina o dia
e o sol consegue um pouco
abraçar a cidade
à luz razante e forte
que dura dois minutos
nas árvores que surgem
subitamente imensas
no ouro negro e verde
que é sua densidade
ou nos muros sem fim
dos bairros deserdados
onde não sabes não
se vida rogo amor
algum dia erguerão
do pavimento cínzeo
algum claro limite
os pássaros de Londres
cumprem o seu dever
de cidadãos britânicos
que nunca nunca viram
os céus mediterrânicos
setembro 30, 2008
setembro 29, 2008
Crossing the Bar
And one clear call for me!
And may there be no moaning of the bar,
When I put out to sea,
But such a tide as moving seems asleep,
Too full for sound and foam,
When that which drew from out the boundless deep
Turns again home.
Twilight and evening bell,
And after that the dark!
And may there be no sadness of farewell,
When I embark;
For though from out our bourne of Time and Place
The flood may bear me far,
I hope to see my Pilot face to face
When I have crossed the bar.
Alfred Lord Tennyson, Demeter and other poems, London, Macmillan, 1889
setembro 25, 2008
setembro 21, 2008
Justiça latina
setembro 20, 2008
Poema dum funcionário cansado
A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
e as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Porque não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu
Porque me sinto irremediavelmente perdido no meu
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo uma noite só comprida
num quarto só
António Ramos-Rosa, Viagem através duma nebulosa, Lisboa, Ática, 1960