novembro 30, 2008
novembro 28, 2008
Pêsames às putas de Lisboa na ausência do seu Meireles
Enormes cagaçais, putas rafadas
que, cheias de pulmões e de bostelas, sofreis sobre mil males, mil mazelas
cegas, fanhosas, coxas e aleijadas.
Agora, mais que nunca desgraçadas,
vos podeis chamar já todas aquelas
que nas portas da rua ou das janelas,
fostes do Grão Meireles requestadas.
Inconsolável é o vosso pranto
pois vos chega a roubar o fado esquivo
um fiel chichisbéu que vos quis tanto.
Nem vossa dor admite lenitivo
porque todas ficais postas de canto
órfãs daquele pai tão putativo.
Padre Braz da Costa Mendonça
(Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica – organização de Natália Correia e ilustração de Cruzeiro Seixas, Afrodite, 1966)
novembro 25, 2008
novembro 22, 2008
Something told the wild geese
Something told the wild geese
It was time to go.
Though the fields lay golden
Something whispered - "Snow."
Leaves were green and stirring,
Berries, luster-glossed,
But beneath warm feathers
Something cautioned - "Frost."
All the sagging orchards
Steamed with amber spice,
But each wild breast stiffened
At remembered ice.
Something told the wild geese
It was time to fly -
Summer sun was on their wings,
Winter in their cry.
It was time to go.
Though the fields lay golden
Something whispered - "Snow."
Leaves were green and stirring,
Berries, luster-glossed,
But beneath warm feathers
Something cautioned - "Frost."
All the sagging orchards
Steamed with amber spice,
But each wild breast stiffened
At remembered ice.
Something told the wild geese
It was time to fly -
Summer sun was on their wings,
Winter in their cry.
Rachel Field, Something Told the Wild Geese, Child Life, Oct. 1934
novembro 19, 2008
novembro 16, 2008
novembro 15, 2008
Poema 19
Niña morena y ágil, el sol que hace las frutas,
el que cuaja los trigos, el que tuerce las algas,
hizo tu cuerpo alegre, tus luminosos ojos
y tu boca que tiene la sonrisa del agua.
Un sol negro y ansioso se te arrolla en las hebras
de la negra melena, cuando estiras los brazos.
Tú juegas con el sol como con un estero
y él te deja en los ojos dos oscuros remansos.
Niña morena y ágil, nada hacia ti me acerca.
Todo de ti me aleja, como del mediodía.
Eres la delirante juventud de la abeja,
la embriaguez de la ola, la fuerza de la espiga.
Mi corazón sombrío te busca, sin embargo,
y amo tu cuerpo alegre, tu voz suelta y delgada.
Mariposa morena dulce y definitiva
como el trigal y el sol, la amapola y el agua.
Pablo Neruda, Veinte poemas de amor y una canción desesperada, Nascimento, Santiago de Chile, 1924
novembro 13, 2008
Hip-hop Battle
Porque é que a pretalhada residente em Portugal não se dedica antes ao sapateado?
Etiquetas:
Pop Culture
novembro 11, 2008
novembro 09, 2008
novembro 08, 2008
novembro 07, 2008
Cavalo à solta
Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.
novembro 06, 2008
novembro 05, 2008
Still I rise
You may write me down in history
With your bitter, twisted lies,
You may trod me in the very dirt
But still, like dust, I'll rise.
Does my sassiness upset you?
Why are you beset with gloom?
'Cause I walk like I've got oil wells
Pumping in my living room.
Just like moons and like suns,
With the certainty of tides,
Just like hopes springing high,
Still I'll rise.
Did you want to see me broken?
Bowed head and lowered eyes?
Shoulders falling down like teardrops.
Weakened by my soulful cries.
Does my haughtiness offend you?
Don't you take it awful hard
'Cause I laugh like I've got gold mines
Diggin' in my own back yard.
You may shoot me with your words,
You may cut me with your eyes,
You may kill me with your hatefulness,
But still, like air, I'll rise.
Does my sexiness upset you?
Does it come as a surprise
That I dance like I've got diamonds
At the meeting of my thighs?
Out of the huts of history's shame
I rise
Up from a past that's rooted in pain
I rise
I'm a black ocean, leaping and wide,
Welling and swelling I bear in the tide.
Leaving behind nights of terror and fear
I rise
Into a daybreak that's wondrously clear
I rise
Bringing the gifts that my ancestors gave,
I am the dream and the hope of the slave.
I rise
I rise
I rise.
With your bitter, twisted lies,
You may trod me in the very dirt
But still, like dust, I'll rise.
Does my sassiness upset you?
Why are you beset with gloom?
'Cause I walk like I've got oil wells
Pumping in my living room.
Just like moons and like suns,
With the certainty of tides,
Just like hopes springing high,
Still I'll rise.
Did you want to see me broken?
Bowed head and lowered eyes?
Shoulders falling down like teardrops.
Weakened by my soulful cries.
Does my haughtiness offend you?
Don't you take it awful hard
'Cause I laugh like I've got gold mines
Diggin' in my own back yard.
You may shoot me with your words,
You may cut me with your eyes,
You may kill me with your hatefulness,
But still, like air, I'll rise.
Does my sexiness upset you?
Does it come as a surprise
That I dance like I've got diamonds
At the meeting of my thighs?
Out of the huts of history's shame
I rise
Up from a past that's rooted in pain
I rise
I'm a black ocean, leaping and wide,
Welling and swelling I bear in the tide.
Leaving behind nights of terror and fear
I rise
Into a daybreak that's wondrously clear
I rise
Bringing the gifts that my ancestors gave,
I am the dream and the hope of the slave.
I rise
I rise
I rise.
novembro 02, 2008
novembro 01, 2008
Cântico dos Cânticos, Capítulo 7
7:1 Quão formosos são os teus pés nas sandálias, ó filha de príncipe! Os contornos das tuas coxas são como jóias, obra das mãos de artista.
7:2 O teu umbigo como uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre como montão de trigo, cercado de lírios.
7:3 Os teus seios são como dois filhos gêmeos da gazela.
7:4 O teu pescoço como a torre de marfim; os teus olhos como as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz é como torre do Líbano, que olha para Damasco.
7:5 A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos da tua cabeça como a púrpura; o rei está preso pelas tuas tranças.
7:6 Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias!
7:7 Essa tua estatura é semelhante à palmeira, e os teus seios aos cachos de uvas.
7:8 Disse eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; então sejam os teus seios como os cachos da vide, e o cheiro do teu fôlego como o das maçãs,
7:9 e os teus beijos como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e se escoa pelos lábios e dentes.
7:10 Eu sou do meu amado, e o seu amor é por mim.
7:11 Vem, ó amado meu, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias.
7:12 Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as vides, se estão abertas as suas flores, e se as romanzeiras já estão em flor; ali te darei o meu amor.
7:13 As mandrágoras exalam perfume, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; eu os guardei para ti, ó meu amado.
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